As tiras diárias com o Mickey (1945)

A partir de fevereiro de 1945, Murry começou a publicar também tiras diárias com o Mickey, alternando com as semanais do Panchito. Em sua maioria, essas tiras permanecem inéditas no Brasil. Os roteiros são de Bill Walsh e a arte-final de Dick Moores. Todas as tiras de 1945, com o Mickey, estão relacionadas abaixo, informando as poucas publicadas no Brasil.

Mickey Mouse (YM 45-02-12), originalmente publicada em 12/Fev/1945. Com dor de cabeça, Mickey pede silêncio ao Pluto, e este atende tão bem que nem avisa que um ladrão está na casa.Mickey Mouse (YM 45-02-14), originalmente publicada em 14/Fev/1945. Mickey briga com um dos sobrinhos que está matando aula até ver a bela “caça-gazeteiros” e resolve fazer o sobrinho matar aula no dia seguinte.Mickey Mouse (YM 45-02-16), originalmente publicada em 16/Fev/1945. O Mickey conta uma história de ninar para um dos sobrinhos e acaba pondo para dormir um ladrão que pretendia assaltar sua casa.Mickey Mouse (YM 45-02-21), originalmente publicada em 21/Fev/1945. O Mickey está brincando com o aviãozinho do Chiquinho e, acidentalmente, quebra o pára-brisa de uma viatura policial.Mickey Mouse (YM 45-02-22), originalmente publicada em 22/Fev/1945). Ao visitar o Pluto no hospital, o Mickey sofre um acidente e também fica internado.Mickey Mouse (YM 45-02-26), originalmente publicada em 26/Fev/1945. O Mickey tenta ler seu jornal e é atrapalhado pelo cara que está sentado ao seu lado, no banco de ônibus.Mickey Mouse (YM 45-03-01), originalmente publicada em 1º/Mar/1945. Pluto traz lixo para casa.
Mickey Mouse (YM 45-03-02), originalmente publicada em 02/Mar/1945. Mickey tem o mesmo pesadelo todas as noites.Clássicos Mickey (YM 45-03-03), originalmente publicada em 03/Mar/1945 e, no Brasil, no Mickey 659 (2001). Vendo que as traças tinham devorado sua manta navajo, o Mickey resolve dá-la de presente à Minnie, como se fosse um xale de renda.Mickey Mouse (YM 45-03-05), originalmente publicada em 05/Mar/1945.
Mickey Mouse (YM 45-03-06), originalmente publicada em 06/Mar/1945.
Mickey Mouse (YM 45-03-07), originalmente publicada em 07/Mar/1945.
Mickey Mouse (YM 45-03-08), originalmente publicada em 08/Mar/1945.
Mickey Mouse (YM 45-03-09), originalmente publicada em 09/Mar/1945.
Clássicos Mickey (YM 45-07-25), originalmente publicada em 25/Jul/1945, e, no Brasil, no MK 640 (1945). O Mickey recebe um telefonema e sai em disparada com seu carro, sendo parado por um guarda. Depois de sussurrar algo no ouvido do guarda, ambos correm para auxiliarem a apagar um incêndio.Mickey Mouse (YM 45-07-27), originalmente publicada em 27/Jul/1945. O Mickey constrói uma "super" casinha de passarinhos, mas quem a utiliza é um mendigo de rua.Mickey Mouse (YM 45-07-28), originalmente publicada em 28/Jul/1945. O Pateta constrói uma casa muito próxima a uma fábrica de aviões. O teste dos jatos "entorta" a casa do Pateta.Mickey Mouse (YM 45-10-02), originalmente publicada em 02/Out/1945. O Mickey e o Pateta estão em uma escola noturna e o Pateta constrói uma cerca na sala de aula de esgrima.Mickey Mouse (YM 45-10-03), originalmente publicada em 03/Out/1945. O Mickey está ensinando alguns truques ao Pluto e ele não obedece, até que o Mickey o manda fingir-se de morto e Pluto, mais que depressa, atende à ordem, pois notou que um assaltante está chegando por trás do Mickey.Mickey Mouse (YM 45-10-04), originalmente publicada em 04/Out/1945. O Mickey não consegue estacionar o carro porque não tem moedas para o parquímetro.
Mickey Mouse (YM 45-10-05), originalmente publicada em 05/Out/1945. O Mickey troca os presentes do Pluto e da Minnie, dando a ela a coleira, que está na moda, e o xale ao Pluto, que não gosta nada da troca.Mickey Mouse (YM 45-10-06), originalmente publicada em 06/Out/1945.
Mickey Mouse (YM 45-10-10), originalmente publicada em 10/Out/1945. O Pateta leva o Mickey, que está com torcicolo, a um quiroprático seu amigo, e ambos se assustam com o barulho vindo do consultório, mas é apenas o médico quebrando algumas nozes com o martelo.Mickey Mouse (YM 45-10-11), originalmente publicada em 11/Out/1945. O Mickey passa uma carraspana no Chiquinho, mas se arrepende, afinal ele é só um garoto. Este garotinho, entretanto, prepara uma armadilha para o Mickey, quando este chega em casa.
Mickey Mouse (YM 45-10-12), originalmente publicada em 12/Out/1945.
Mickey Mouse (YM 45-10-13), originalmente publicada em 13/Out/1945. O Mickey coloca uma coleira no Pluto, a contragosto deste, que logo a tira, mas volta a colocá-la rapidinho, quando vê o homem da carrocinha.Mickey Mouse (YM 45-10-15), originalmente publicada em 15/Out/1945. O Mickey compra um leão em um leilão.Mickey Mouse (YM 45-12-01), originalmente publicada em 1º/Dez/1945. O Mickey coloca uma cabeça de carneiro empalhada na parede do Clube dos Aventureiros.

As tiras dominicais com o Panchito (1945)

Murry começou 1945 alternando as sundays do Panchito com as tiras diárias do Mickey. Vou listar neste post as sundays com o Panchito, todas inéditas no Brasil. Os roteiros são de Bill Walsh e a arte-final de Dick Moores.

Panchito (ZS 45-01-07), originalmente publicada em 07/Jan/1945.
Panchito (ZS 45-01-14), originalmente publicada em 14/Jan/1945.
Panchito (ZS 45-01-21), originalmente publicada em 21/Jan/1945 (scan abaixo).
Panchito (ZS 45-01-28), originalmente publicada em 28/Jan/1945.
Panchito (ZS 45-02-04), originalmente publicada em 04/Fev/1945.
Panchito (ZS 45-02-11), originalmente publicada em 11/Fev/1945.
Panchito (ZS 45-02-18), originalmente publicada em 18/Fev/1945.
Panchito (ZS 45-02-25), originalmente publicada em 25/Fev/1945.
Panchito (ZS 45-03-04), originalmente publicada em 04/Mar/1945 (scan abaixo).
Panchito (ZS 45-03-11), originalmente publicada em 11/Mar/1945.
Panchito (ZS 45-03-18), originalmente publicada em 18/Mar/1945.
Panchito (ZS 45-03-25), originalmente publicada em 25/Mar/1945.
Panchito (ZS 45-04-01), originalmente publicada em 1º/Abr/1945.
Panchito (ZS 45-04-08), originalmente publicada em 08/Abr/1945 (scan abaixo).
Panchito (ZS 45-04-15), originalmente publicada em 15/Abr/1945.
Panchito (ZS 45-04-22), originalmente publicada em 22/Abr/1945 (scan abaixo).
Panchito (ZS 45-04-29), originalmente publicada em 29/Abr/1945.
Panchito (ZS 45-05-06), originalmente publicada em 06/Mai/1945.
Panchito (ZS 45-05-13), originalmente publicada em 13/Mai/1945.
Panchito (ZS 45-05-20), originalmente publicada em 20/Mai/1945 (scan abaixo).
Panchito (ZS 45-05-27), originalmente publicada em 27/Mai/1945.
Panchito (ZS 45-06-03), originalmente publicada em 03/Jun/1945 (scan abaixo).
Panchito (ZS 45-06-10), originalmente publicada em 10/Jun/1945 (scan abaixo).
Panchito (ZS 45-06-17), originalmente publicada em 17/Jun/1945.
Panchito (ZS 45-06-24), originalmente publicada em 24/Jun/1945.
Panchito (ZS 45-07-01), originalmente publicada em 1º/Jul/1945.
Panchito (ZS 45-07-08), originalmente publicada em 08/Jul/1945.
Panchito (ZS 45-07-15), originalmente publicada em 15/Jul/1945 (scan abaixo).
Panchito (ZS 45-07-22), originalmente publicada em 22/Jul/1945.
Panchito (ZS 45-07-29), originalmente publicada em 29/Jul/1945 (scan abaixo).
Panchito (ZS 45-08-05), originalmente publicada em 05/Ago/1945 (scan abaixo).
Panchito (ZS 45-08-12), originalmente publicada em 12/Ago/1945.
Panchito (ZS 45-08-19), originalmente publicada em 19/Ago/1945 (scan abaixo).
Panchito (ZS 45-08-26), originalmente publicada em 26/Ago/1945 (scan abaixo).
Panchito (ZS 45-09-02), originalmente publicada em 02/Set/1945 (scan abaixo).
Panchito (ZS 45-09-09), originalmente publicada em 09/Set/1945.
Panchito (ZS 45-09-16), originalmente publicada em 16/Set/1945.
Panchito (ZS 45-09-23), originalmente publicada em 23/Set/1945 (scan abaixo).
Panchito (ZS 45-09-30), originalmente publicada em 30/Set/1945 (scan abaixo).
Panchito (ZS 45-10-07), originalmente publicada em 07/Out/1945.

Paul Murry (1945) – Ainda Panchito e Mickey e o Coelho Quincas

Durante grande parte do ano de 1945, Murry ficou alternando entre as tiras do Panchito e do Mickey. A quase totalidade deste material permanece aparentemente inédito no Brasil. Digo aparentemente porque ainda não estão indexadas todas as revistas Disney brasileiras no I.N.D.U.C.K.S. e podem aparecer mais dessas tiras por lá.

O ano de 1945 marcou também a estréia de Murry na tira dominical do Tio Remus com o Coelho Quincas (Uncle Remus with Br’er Rabbit), fato que se estendeu até 1946.

Mais Panchito (1944)

Paralelamente à história do Mickey, Murry continuava a desenhar a tira diária do Panchito, sempre com roteiro de Bill Walsh e arte-final de Dick Moores. Todo este material permanece inédito no Brasil.

Panchito (ZS 44-11-19), originalmente publicada em 19/11/1944.
Panchito (ZS 44-11-26), originalmente publicada em 26/11/1944.
Panchito (ZS 44-12-03), originalmente publicada em 03/12/1944.
Panchito (ZS 44-12-10), originalmente publicada em 10/12/1944.
Panchito (ZS 44-12-17), originalmente publicada em 17/12/1944 (scan abaixo).

Panchito (ZS 44-12-24), originalmente publicada em 24/12/1944.
Panchito (ZS 44-12-31), originalmente publicada em 31/12/1944 (scan abaixo).

O Segredo dos Fantasmas (1944)

Entre 13 de novembro de 1944 e 27 de janeiro de 1945 foi publicado nas tiras diárias de jornal o primeiro trabalho de Paul Murry com o Mickey, “The House of Mystery” (YM 065). A história, em 66 tiras, teve roteiro de Bill Walsh e foi desenhada a 6 mãos, por Floyd Gottfredson, Dick Moores e Murry, sendo arte-finalizada pelo próprio Moores.

No Brasil, a história foi publicada em quatro partes, nos PDs 94, 95 e 96 (1953), e tinha a participação de vários personagens, entre eles, além do próprio Mickey, o Pateta, o Pluto, o Coronel Cintra, a Minnie, o Horácio e a Clarabela.

Posteriormente, em agosto de 1949, a história ganhou um remake, Os Sete Fantasmas (The House of the Seven Haunts – W WDC 107-25P), com roteiro de Ted Osborne e desenhos de Dick Moores, publicado no Brasil em Mickey 5 (1953), Almanaque Disney 118 (1981) e Disney Especial 177 (1999).

As tiras do Panchito (1944)

Antes de produzir seu primeiro trabalho com o Mickey, Murry desenhou 6 tiras com o Panchito, com roteiros de Bill Walsh e arte-final de Dick Moores, todas inéditas no Brasil. Foram elas:

Panchito (ZS 44-10-08), originalmente publicada em 08/Out/1944.
Panchito (ZS 44-10-15), originalmente publicada em 15/Out/1944.
Panchito (ZS 44-10-22), originalmente publicada em 22/Out/1944.
Panchito (ZS 44-10-29), originalmente publicada em 29/Out/1944 (scan abaixo).
Panchito (ZS 44-11-05), originalmente publicada em 05/Nov/1944 (scan abaixo). Panchito (ZS 44-11-12), originalmente publicada em 12/Nov/1944 (scan abaixo).

Paul Murry (1944) - Panchito e, finalmente, o Mickey

Após seu início, em 1943, com o Zé Carioca, Murry, no ano seguinte, passou também a desenhar tiras diárias com o Panchito, fato que se estendeu até 1945. Todo esse trabalho com o galo mexicano é inédito no Brasil.

O ano de 1944 marcou, ainda, o início dos trabalhos de Murry com as tiras diárias de jornal do personagem que o tornaria famoso, o Mickey. Em 13 de novembro de 1944 começava a publicação de “The House of Mystery”, primeiro trabalho de Murry com o camundongo.

Dois não Brigam Quando um não Quer

Esta história, mais uma vez ainda não indexada no I.N.D.U.C.K.S., foi publicada no Brasil no Zé Carioca 721 (1965), em 9 págs., e tem roteiros de Hubie Karp e arte-final de Dick Moores.

Com ciúmes do Zé Carioca, em virtude do que ela acha ser um relacionamento deste com Dorothy Milkshalke, a Rosinha inventa um namoro com o Luís Carlos, o que irrita o Zé, que desafia o rival para um duelo, sem saber que este é instrutor de esgrima.

O Magnata de Lorota

Esta história, também ainda não indexada no I.N.D.U.C.K.S., foi publicada no Brasil no Zé Carioca 719 (1965), em 12 págs., e tem roteiros de Hubie Karp e arte-final de Dick Moores.

O Zé Carioca, novamente finge ser um ricaço, tentando se dar bem com Miss Dorothy Milkshake, que, por sua vez, finge ser uma estrela de ópera americana.

A Raposa e o Raposo

Esta história, ainda não indexada no I.N.D.U.C.K.S., foi publicada no Brasil no Zé Carioca 717 (1965), em 8 págs., e tem roteiros de Hubie Karp e arte-final de Dick Moores.

O Zé Carioca, mais uma vez, tenta se dar bem com uma garota rica, Miss Dorothy Milkshake, estrela de ópera americana, sem saber que ela também é uma vigarista que, pensando ser o Zé um ricaço, quer dar o golpe do baú.

Mais algumas tiras com o Zé Carioca (1944)

Após as duas aventuras longas com o Zé Carioca, anteriormente mencionadas, ainda em 1944 Murry desenhou mais algumas sundays com o papagaio, a maioria delas com 1 pág., todas inéditas no Brasil. Os roteiros ficaram a cargo de Hubie Karp e a arte-final por conta de Dick Moores.

Carioca (ZS 44-05-21), publicada originalmente em 21/05/1944.
Carioca (ZS 44-09-03), publicada originalmente em 03/09/1944 (scan abaixo).

Carioca (ZS 44-09-10), em 2 págs., publicadas originalmente em 10 e 17/09/1944 (scan abaixo).
Carioca (ZS 44-09-24), publicada originalmente em 24/09/1944.
Carioca (ZS 44-10-01), publicada originalmente em 01/10/1944.

O Grande Cavaleiro (1944)

Já em 1944, Murry desenhou esta aventura do Zé Carioca (ZS 44-04-02), em que ele contracena com o Panchito.

Na história, o Zé rivaliza com Panchito na disputa por Lili Fernandes, mais uma garota rica, e acaba se envolvendo em uma corrida de cavalos, mesmo não sabendo montar.

Foram 22 sundays publicadas entre 2 de abril e 27 de agosto de 1944. Os autores foram os mesmos da aventura anterior: além dos desenhos de Murry, os roteiros ficaram a cargo de Hubie Karp e a arte-final de Dick Moores.

No Brasil, a aventura foi publicada no Zé Carioca 1001 (1971), em 3 págs., e no Zé Carioca Especial 20 Anos (1981) e na Edição de Luxo 6 (1991), ambas em 16 págs. As edições brasileiras mostraram apenas as tiras de 16 de abril de 1944 (ZS 44-04-16) a 20 de agosto de 1944 (ZS 44-08-20).

Aventura na Amazônia (1943)

Ainda em 1943, Murry desenhou sua primeira história-solo: “Aventura na Amazônia” (ZS 43-09-12), com o Zé Carioca, roteiros de Hubie Karp e arte-final de Dick Moores.

Esta história foi originalmente publicada entre 12 de setembro de 1943 e 26 de março de 1944, em um total de 29 sundays. No Brasil, foi publicada em Zé Carioca Especial 20 Anos (1981) e na Edição de Luxo 6 (1991), ambas em 38 págs.

Aqui vemos o Zé de novo envolvido em confusão, pois, para agradar uma garota (Glória Horta), apresentou-se para o seu pai, o milionário Horta, como um caçador experiente e acaba tendo que servir de guia em uma expedição à Amazônia.

A história ganhou um remake no Brasil, intitulado “O Segredo dos Índios Borrachudos” (B ZC 859-B), com roteiro e desenhos de Waldyr Igayara de Souza, publicado em Zé Carioca 859 (1968).

Paul Murry (1943) - Primeiro trabalho: As tiras de estréia do Zé Carioca

Em 1943, Murry desenhou sua primeira história com um personagem Disney, as tiras de estréia do Zé Carioca (além da Rosinha, do Nestor, do Rocha Vaz e do Luís Carlos – primeiro namorado da Rosinha) nos quadrinhos, com roteiros de Ubie Karp.

Estas tiras dominicais (sundays) foram desenhadas a quatro mãos, juntamente com Bob Grant, que as vinha desenhando desde 1942 (começaram a ser publicadas em 11 de outubro daquele ano), e Murry ficou responsável pelas publicadas entre 7 de março e 5 de setembro de 1943 (ZS 43-03-07), (ZS 43-03-14), (ZS 43-03-28) e (ZS 43-04-18 até ZS 43-09-05). Toda a história tinha um total de 48 sundays.

No Brasil, apenas as tiras desenhadas por Bob Grant foram publicadas. A participação de Murry nesta história, entretanto, permanece inédita até hoje no Brasil. A título de complementação, enquanto Bob Grant foi arte-finalizado por Karl Karpé, quem arte-finalizou o traço de Murry foi o também desenhista Dick Moores.

Fica aqui um agradecimento especial ao amigo Paulo Vasconcellos, moderador da pasta da Disney no Fórum GibiHouse, pelo auxílio prestado na identificação da participação de Grant e Murry nas primeiras histórias do papagaio.

Esclarecimento: os códigos das histórias.

A título de esclarecimento, os códigos que aparecerem entre parênteses, após os títulos das histórias resenhadas neste blog, são os utilizados pelo I.N.D.U.C.K.S. - The Disney Comics Database, um projeto mundial que pretende relacionar todas as histórias Disney produzidas no Mundo.

Quaisquer dúvidas sobre esses códigos podem ser dirimidas clicando-se na página "Production and Story Codes" no site do I.N.D.U.C.K.S.

Por fim, quem quiser saber mais sobre este maravilhoso projeto, pode acessar a página principal do I.N.D.U.C.K.S., o Bolderbast.Inducks.org.

Paul Murry

Paul Murry nasceu em 25 de novembro de 1911, em Saint Joseph, no Estado de Missouri.

Trabalhou primeiramente como fazendeiro. Posteriormente, resolveu ser desenhista e começou a trabalhar para uma empresa de impressão em 1937. Ele foi contratado depois que o dono da empresa viu um formulário de perguntas que Murry havia enviado a um concurso, cujas bordas ele havia decorado com seus próprios desenhos. Nesse concurso ele também ganhou um piano, objeto este que financiou sua viagem a Hollywood no ano seguinte para um período de experiência num emprego na Disney.

Nessa época, os quadrinhos Disney só eram desenhados para as tiras diárias dos jornais americanos. Portanto Murry primeiro procurou emprego como animador nos filmes. Na maior parte do tempo ele trabalhou para Fred Moore, que era um dos maiores animadores da Disney, e que havia criado essencialmente o Mickey moderno. Essa é a razão principal que deu a Murry sua subseqüente ênfase em desenhar os quadrinhos do Mickey.

Além dos curta-metragens, ele também trabalhou nos longas “Pinóquio”, “Dumbo”, “Você já foi à Bahia?” e “A Canção do Sul”, todos contendo personagens que ele iria mais tarde utilizar em seus quadrinhos.

Continuando!

Embora a personalidade e o carisma do Mickey já estivessem formados nos anos ‘30 e ’40, por meio das tiras de jornal diárias de Floyd Gottfredson (criador, entre outros, do Coronel Cintra, do Esquálidus e do Mancha Negra), é opinião de muitos leitores e fãs que Murry foi o primeiro desenhista a continuar o legado de Gottfredson nas revistas de histórias em quadrinhos. Durante sua carreira, Murry desenhou milhares de páginas e foi um dos poucos artistas que desenhou praticamente todos os personagens da Disney. Além do Mickey, ele também desenhou personagens tão diversos como Pato Donald, Tio Patinhas, Pequeno Havita, Lobinho, Coelho Quincas, Vovó Donalda, Panchito, Branca de Neve e os Sete Anões. Lobão e Lobinho, Tico e Teco, Os Três Porquinhos e o Dumbo.

Contudo, ele é mais conhecido, e bem merecidamente, pelas aventuras seriadas do Mickey que desenhou para a revista Walt Disney’s Comics (and Stories) durante os anos de 1953 a 1973.

Mas, afinal, quem era Paul Murry?

Discorrendo sobre Paul Murry!

Para a imensa maioria dos leitores de HQs, falar em quadrinhos Disney é falar em Carl Barks. E não é à toa, pois Barks é um dos maiores quadrinhistas de todos os tempos, merecendo estar na galeria dos imortais, ao lado de Will Eisner, Alex Raymond, Hal Foster, Jack Kirby, Hergé e outros poucos ícones da chamada Nona Arte. Afinal, Barks roteirizou e desenhou uma infinidade de histórias com os personagens de Patópolis, criando, além da própria cidade, personagens marcantes como o Tio Patinhas, o Prof. Pardal e o Lampadinha, a Maga Patalójika, os Irmãos Metralha, o Gastão, o Patacôncio, os Escoteiros Mirins e outros tantos.

Enfim ... Barks é indiscutível. Mas o que muita gente não sabe é que nem só de Barks vivia a Disney, nos áureos tempos. Entre tantos outros expoentes daquela editora, como Floyd Gottfredson, Tony Strobl, Al Taliaferro, Jack Bradbury, Al Hubbard e outros menos votados, há um desenhista que é conhecido apenas pelos aficcionados, mas que teve uma importância enorme para os quadrinhos Disney, especialmente para o Mickey: Paul Murry.

Muitos leitores, quando lembram do Mickey clássico, pensam logo no velho Mickey de calção vermelho, com dois botões amarelos, idealizado por Walt Disney e Ub Iwerks, mas imortalizado por Floyd Gottfredson, o Mickey das tiras de jornal e dos primeiros desenhos animados. Um breve parêntese: para a infelicidade dos fãs mais antigos, já há algum tempo os desenhistas resolveram recuperar a imagem do Mickey de calção, porém com roteiros muito fracos, transformando-o de um personagem inteligente, esperto, perspicaz e seguro de si em um bobalhão infantilóide, que consegue desagradar a todos, desde as crianças e leitores mais novos até os fãs mais antigos e exigentes. Fecha parêntese.

Mas como o assunto aqui é Paul Murry, voltemos a ele. Para inúmeros fãs da Disney em geral e do Mickey em particular, se Gottfredson deu vida e personalidade ao rato, em histórias memoráveis, como “O Vale da Morte” e “Mickey Contra o Mancha Negra” (republicadas pela Editora Abril, em Mestres Disney # 3), foi Murry quem, ao lado do veterano roteirista Carl Fallberg, melhor explorou o lado detetive do camundongo, fixando a imagem do Mickey de chapéu, terno e gravata ou, muitas vezes, de capote, ao melhor estilo 007. Ao lado de seu eterno e fiel amigo Pateta, e, por vezes, junto do Pluto, da Minnie ou dos sobrinhos Chiquinho e Francisquinho, Mickey viveu muitas aventuras ao redor do mundo, e até em outras épocas, sob a competente batuta de Fallberg e o lápis mágico de Murry.

Em toda a sua carreira, Paul Murry nunca roteirizou uma história sequer, mas seu traço é inconfundível. Para quem não conhece o estilo de Murry, uma imagem deve ter ficado gravada na mente de todos quantos leram aquelas aventuras: o Pateta com a mão à frente da boca, em uma expressão abobalhada. Aquele era o traço de Murry.

A idéia do Blog!

Em 29 de maio de 2006, o site HQM publicou um artigo, de minha autoria, com o título “Paul Murry: Esse ‘Desconhecido’!”, no qual eu fazia uma pequena resenha da vida do desenhista e relacionava algumas de suas principais histórias, com o intuito de mostrar um pouco mais do trabalho deste excepcional desenhista às novas gerações. Não sei se atingi meu intento, entretanto. Murry ainda é um desconhecido para muitos leitores.

Por sua vez, a Editora Abril prometeu o lançamento de uma edição da série “Mestres Disney” dedicada ao desenhista. A série, infelizmente, foi cancelada antes que as bancas vissem Paul Murry de volta, em alto estilo. Como forma de compensação, a Abril começou a publicar várias histórias do autor nas páginas da revista "Aventuras Disney". É um consolo. Pequeno, entretanto, em vista da enorme produção de Murry.

Mais tarde, criei uma comunidade no Orkut, denominada “Mestre Paul Murry”, também com o objetivo de divulgar o trabalho do desenhista, mas a falta de tempo para administrá-la levou ao seu cancelamento.

Não desisti da idéia, contudo. E chegamos, assim, à criação deste blog, um local onde eu possa, sem censura, sem interferências externas, e “do meu jeito”, divulgar ainda mais o desenhista, suas criações e seu trabalho nos quadrinhos da Disney.

Minha idéia é, aos poucos, além de reproduzir (e melhorar) a matéria publicada no HQM e complementar com o texto publicado no site “The Classic Mickey Mouse of Paul Murry”, de Germund von Wowern (agradeço aqui a ajuda do amigo Arthur Faria Jr., "owner" do site “Vila Xurupita's Brazilian Covers” na tradução do texto), ir resenhando as histórias de Murry que já foram publicadas no Brasil, informando as revistas onde elas apareceram, além de relacionar aquelas que ainda são inéditas no Brasil. Quem sabe não tenhamos a sorte de vê-las, um dia, em bancas brasileiras?

Não sei se terei fôlego para tanto. Mas vamos indo, um passo de cada vez. Espero que vocês, os leitores do blog, possam curtir a viagem, tanto quanto eu estou curtindo produzir e divulgar este trabalho. Afinal, como eu disse na matéria do HQM, Paul Murry merece!